quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Homenagem: ''Hilda Hilst'' - Uma biografia

“Deus pode ser uma negra noite escura, mas também um flambante sorvete de cerejas”
Frase de Hilda, dita ao escritor Caio Fernando Abreu.



Paulistana de Jaú, nascida no dia 21 de abril de 1930 e falecida a 4 de fevereiro de 2004, Hilda Hilst é reconhecida, quase pela unanimidade da crítica brasileira, como uma das nossas principais autoras, sendo consideradas uma das mais importantes vozes da Língua Portuguesa do século XX. Segundo o crítico Anatol Rosenfeld, “Hilda pertence ao raro grupo de artistas que conseguiu qualidade excepcional em todos os gêneros literários que se propôs - poesia, teatro e ficção”.
Distinguida por vários de nossos mais significativos prêmios literários, presente em numerosas antologias de poesia e ficção, tanto nacionais como estrangeiras, há muito seu nome está incluído nos dicionários de autores brasileiros contemporâneos.
De temperamento transgressor, prezando a liberdade, dona de uma rara beleza e coragem, culta e poeta, Hilda teve uma personalidade marcante e sedutora que ia de encontro aos costumes tradicionais vigentes nos anos 50, criando-se um folclore ao seu redor que, segundo alguns críticos, até chegou a ofuscar a importância de sua obra. 
Seu trabalho vem sendo publicado pela Editora Globo e tem sido  tema de teses universitárias em nível de pós graduação e merecido traduções para o francês, inglês, espanhol, alemão e italiano, atraindo a atenção da crítica internacional, que já lhe dedicou artigos no Le Monde, L’infint, Libération, The Antigonish Review, Pleine Marge, entre outros.
Iniciando sua ascese literária como poeta (seu primeiro livro, Presságio, é de 1950), Hilda Hilst estreou na dramaturgia em 1967, passando a representar o Brasil em festivais de teatro no exterior, entre eles o Festival de Manizales, Colômbia. Também por várias vezes suas peças teatrais, pela excelência do texto, têm sido utilizadas nos exames da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD- USP) e da Unicamp.
Ao iniciar sua ficção, em 1970, com o livro Fluxo Floema, inaugura também um momento raro na Literatura Brasileira pela vigorosa revitalização da linguagem, que utiliza como meio de desestruturação, reformulação e catarse, para afinal reconstruir a Idéia (o Homem) dentro de novos limites. Seguiram-se vários outros livros no gênero.
Criadora de textos magníficos, onde Atemporalidade, Real e Imaginário se fundem e os personagens mergulham no intenso questionamento dos significados, buscando compreensão, resgate da raiz, encontro do essencial, Hilda retrata sem cessar nossa limitada/ilimitada, frágil e surpreendente condição humana. Segundo o crítico literário Léo Gilson Ribeiro, a ficção de Hilda Hilst “submerge o leitor num mundo intrépido de terror e tremor, de beleza indescritível e de uma fascinante prospecção filosófica sobre o Tempo, a Morte, o Amor, o Horror, a Busca”.
A abrangência de linguagem conseguida por Hilda Hilst, capaz de abarcar o coloquial mais chulo e a poesia mais intensa, alia-se à complexidade do Universo da autora, tornando-a uma das mais importantes vozes para descrever, com profunda e comovente fidelidade, a solidão, perplexidade e grandeza do Homem diante do Mundo.
J.L. MORA FUENTE





sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Repórter policial lança livro sobre assassino serial que matava crianças


Carlota passou anos seguindo a trilha do assassino e reconstituiu os crimes em um livro denso e assustador, repleto de detalhes chocantes





O escritor e jornalista, o ituano Reginaldo Carlota, 36, perdeu há muito tempo a conta de quantas pessoas mortas das mais piores formas, já fotografou em seus anos de repórter policial. Porém, nenhum dos casos em que trabalhou até hoje, conseguiu abalá-lo tanto, quanto os brutais assassinatos de duas garotinhas de 9 e 10 anos, ocorridos em Itu, no ano de 1984, quando o autor ainda era uma criança, da mesma idade das vítimas.
Foi a obsessão por esses dois casos, nunca esclarecidos pela polícia, que levaram o autor a escrever o livro “O Matador de Crianças”, que está lançando agora.
Fundamentado em rigorosa pesquisa e numa investigação obsessiva, conduzida pelo próprio repórter, o livro é um documentário chocante, brutal e aterrador, sobre o serial killer Laerte Patrocínio Orpinelli e seus crimes macabros.
Entre as décadas de 70 e 90, Orpinelli, que vivia como andarilho, perambulou por dezenas de cidades do interior de São Paulo e em sua trajetória, estuprou e matou com requintes de crueldade, um número ainda não contabilizado de crianças.
 “Quando bebo incorporo Satã e quando estou tomado por ele, não posso ver uma criança que persigo até matar”, revelou o assassino com frieza logo após sua prisão, em janeiro de 2000, na cidade de Rio Claro.
Segundo Carlota, Orpinelli é o responsável pelos dois assassinatos de crianças ocorridos em Itu nos anos 80. Os crimes nunca foram solucionados pela polícia local, de acordo com o repórter. Em seu livro, o autor reconstitui em detalhes os dois assassinatos e dezenas de outros crimes semelhantes, praticado por Orpinelli.
Nascido e criado em Araras, o maníaco foi condenado por assassinatos de crianças ocorridos em Rio Claro, Franca, Monte Alto e Pirassununga, e ainda é o principal suspeito de desaparecimentos e mortes de crianças em São Carlos, Bauru, Caçapava, Jacareí, Ourinhos e várias outras cidades do interior paulista.
Durante vários anos, Carlota seguiu de maneira obsessiva a trilha de sangue deixada pelo andarilho sinistro e foi refazendo toda a rota de seus crimes.
A obsessão do autor pelo criminoso era tanta que ele perambulou durante meses por diversas cidades do interior de São Paulo, pegando carona nas mesmas rodovias que o assassino pegava, atrás de informações sobre ele. O autor também ia pessoalmente até os locais onde o maníaco havia matado suas vítimas, frequentava os mesmos bares que ele havia frequentado, conversava com as mesmas pessoas que ele havia conversado, ouviu depoimentos de familiares e conhecidos das vítimas e pesquisou centenas de páginas  de jornais e inquéritos policiais sobre os assassinatos. Carlota também entrevistou três delegados envolvidos nos casos e chegou ao extremo de pernoitar durante semanas nos mesmos albergues noturnos que o andarilho dormia, tudo para saber o máximo que podia sobre o serial killer e escrever seu livro reportagem.
“Eu tive que mergulhar no mundo do Orpinelli, entrar na cabeça dele, só assim consegui traçar o seu perfil psicológico e compreender sua lógica perversa e doentia”, revelou o autor.

 FOTOS DE ALGUMAS DAS VÍTIMAS DO ASSASSINO E DE OUTRAS CRIANÇAS QUE ELE É SUSPEITO DE TER MATADO.




Anderson da Silva

Aline dos Santos


Alysson Mauricio



Aston Alisson da Silva

Daniela Regina de Oliveira

Edson Carvalho

Isabel Bezerra da Silva

Jéssica Alves da Silva

José Fernando

Mara Lucia Vieira

Osmarina

Renata Cristina da Silva

Renata Helena Lobrigati Campos

Silvia Aparecida
O Livro O Matador de Crianças custa R$ 29,90 e está sendo vendido para todo o Brasil pelo próprio autor, através de seu blogwww.carlotacriminal.blogspot.com




Obra é destaque no Brasil e no Exterior
Lançado de forma independente pelo próprio autor em setembro do ano passado, o livro teve a primeira tiragem esgotada em menos de uma semana. A obra também já foi destaque em mais de 40 jornais do interior brasileiro, teve manchetes em dezenas de sites  e algumas revistas. Graças ao lançamento do livro, Carlota também foi convidado para participar de um programa policial  sobre assassinos seriais, produzido por uma rede de TV internacional.






CRÉDITO DAS FOTOS:
Fotos do Carlota:  Flávio Torres
Foto do Orpinelli: Luiz Ackermann
Capa do livro: Divulgação
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Twitter: @escritorcarlota
Orkut: Reginaldo Carlota
ASSISTA UMA ENTREVISTA ASSUSTADORA COM O SERIAL KILLER LAERTE PATROCÍNIO ORPINELLI, PROTAGONISTA DO MEU LIVRO "O MATADOR DE CRIANÇAS", NESTE LINK DA REDE RECORD: http://noticias.r7.com/videos/maniaco-da-bicicleta-confessa-mais-de-20-assassinatos-de-criancas-em-sp/idmedia/493b272982326206ba1fe6de0f3f70f5.html


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

XXXII Projeto férias no Bosque dos Jequitibás

25º Projeto de popularização do teatro de Campinas

Festa popular do teatro tem estreia nacional, musicais e comédias

25ª Campanha de Popularização do Teatro de Campinas faz maratona no Convivência até fevereiro




"Cirque du Chulé", com Último Tipo
Com show musical salpicado de poesia, começa nesta quarta-feira a 25ª Campanha de Popularização do Teatro de Campinas. A maratona reúne peças adultas e infantis até o dia 12 de fevereiro e a preços populares, no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes. Comédia com Aldine Müller e com Loló Nevves estão entre os destaques desta ano, que tem também a marca da união entre teatro e música. Segundo pesquisa, a campanha campineira é a que tem a maior média de público por sessão entre mostras e festivais brasileiros.

A abertura traz o trio Teco Seade, Carlos Kbelo e Agnaldo Araújo no show "Palavra Caipira", que reúne músicas do cancioneiro popular e poesias com temática que fazem referência à vida no campo, como músicas de Almir Sater, Rolando Boldrin ou Renato Teixeira, entre outros. O show começa às 20h30 e é o único que tem preço de maior valor, R$ 30 a inteira - as sessões de teatro têm ingressos a preço único de R$ 5. O show tem uma versão infantil, "Palavra Caipirinha", com apresentação no dia 30.
Teatro
A estreia nacional da nova montagem da comédia "Casal Pinel em Quarto de Motel", com Aldine Müller é uma das boas opções da campanha deste ano. Ao lado de Ton Crivelaro, também presidente da Associação dos Produtores de Teatro de Campinas (APTC), que realiza a campanha, a atriz vive as agruras do casamento e decidem discutir a relação em um motel.
De acordo com Crivelaro, "temos várias peças que o público não pode perder. Tem a estreia do Tespis com 'Odeio Teatro' e a Loló Nevves, que o pessoal tem que ver", diz ele, se referindo à peça com a atriz paulistana, "A Vingança da Milongaaaaaaa!!!", sucesso em São Paulo e Rio de Janeiro.
Uma característica desta edição, segundo Crivelaro, é a aproximação com a música. Na programação estão vários musicais, tanto infantil, quanto adulto, como os espetáculos do grupo Último Tipo ou a comédia "Os Bregas", sucesso que retorna à campanha nesta edição. "A gente aproximou um pouco mais a música da campanha. Acho que é uma tendência e a marca desta edição", diz o presidente da APTC.
Crivelaro ainda comemora o fato da campanha se bancar sem verbas públicas. "Estamos fazendo totalmente com patrocinadores, nenhuma verba pública".
"Dora Dourada", com peixinha robôPúblico
Segundo Crivelaro, a campanha do ano passado teve média de público adulto de 518 pessoas por sessão - o teatro Luiz Otávio Burnier, no Convivência, tem capacidade para 529, ou seja, casa praticamente lotada todos os dias, sem contar as sessões extras que foram abertas a pedido do público.
"A campanha, hoje, é a maior média de público de teatro do Brasil", diz Crivelaro citando pesquisa da agência Home Comunicação feita em mostras e festivais de teatros em todo o país. "Temos mais público por sessão", afirma, explicando que este dado não se refere ao montante de público, mas à média por sessão.
Documentação
Uma novidade é exposição de fotografias de Walter Rhis feitas durante a campanha passada e que está instalada no próprio Convivência. "Estamos começando a documentar o que acontece", diz Crivelaro, comemorando ainda o fato de a campanha ter apenas grupos profissionais.
Aldine Müller e Ton Crivelaro em "Casal Pinel..."Programação Paralela
A campanha tem ainda a peça "Os Três Porquinhos", como programação paralela, com apresentações no Teatro Carlito Maia, no Bosque dos Jequitibás. A peça é da Cia. de Teatro Sotac e integra ainda o projeto Férias no Bosque.
As sessões no Carlito Maia são de terça a sábado, às 16h. e aos domingos e feriados, às 11h e 16h. Mais informações da peça no bosque podem ser obtidas pelo telefone (19) 3235-2266.
Serviço
Para as peças no Convivência, os ingressos antecipados custam R$ 5; no dia, custam R$ 10 (peças adultas) e R$ 7 (infantis). O Convivência fica na Praça Imprensa Fluminense, s/nº, Cambuí. O telefone da bilheteria é o 3232-4168.
As peças adultas têm sessões sempre às 20h30; as infantis, às 15h30 de terça a sábado, e às 11h e 16h30 aos sábados, domingos e feriados. Confira abaixo a programação da primeira semana.
Programação
Peças adultas
Quarta (6): Show de abertura com Carlos Kbelo, Agnaldo Araújo e Teco Seade
Quinta (7): “Ser Tão Caipira”, de Edson Lozano e Agnaldo Araújo
Sexta (8): “Hay Amor”, do grupo Os Geraldos
Sábado e domingo (9 e 10): “Cirque de Chulé”, musical com o grupo Último Tipo
Terça (12): “Sobre Tomates, Tamancos e Tesouras”, do grupo Barracão Teatro
Quarta (13): “Para Viver um Grande Amor”, musical da Ceart Paulínia
Quinta e sexta (14 e 15): “Roda Viva”, da Ceart Paulínia
Sábado e domingo (16 e 17): “O Caixeiro da Taverna”, com o grupo Atlanta
Peças infantis
Sábado (9): “Dora Dourado”, musical com grupo Skata
Domingo (10): “As Cigarras e a Formiga”, com o Último Tipo
Terça (12): “O Pequeno Príncipe”, com a Cia. Balacobaco
Quarta (13): “Vamos Brincar de Inventar”, de Jairo Perin
Quinta e sexta (14 e 15): Cinderela, releitura com Teatro de Pano
Sábado e domingo (16 e 17): “Em Busca do Sonho”, musical com a companhia Atlanta
Mais informações pelo telefone: (19) 3232-5977

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O fascinante mundo dos sebos

Ah, os sebos, os sebos… como é maravilhoso o mundo dos sebos!. Nada contra as livrarias, com suas estantes repletas de livros tinindo de novos, muito pelo contrário. Fuçar nelas é sempre um programa muito divertido. O problema são os preços, invariavelmente proibitivos para o bolso de um estudante e para o salário da maioria das pessoas. De vez em quando, é possível ser surpreendido com uma boa promoção nas livrarias online. Mas mesmo essas não conseguem competir com os sebos. Vou mais longe: comprar em sebos é infinitamente mais charmoso do que comprar na mais refinada das megastores.
As razões não se restringem ao preço dos livros. Eles podem ser bem caros, em especial os mais raros. (Até rimou!) Mas existem muitas vantagens. Os sebos funcionam como uma espécie de “museu do mercado editorial brasileiro” onde é possível encontrar desde os mais novos lançamentos, até algumas obras que sairam de catálogo, nunca mais voltaram porém continuam importantes. Justamente por esse motivo, o novo acordo ortográfico, que comecará a entrar em vigor em janeiro de 2009, será letra morta nos sebos, pois estes abrigam todas as ortografias, de todos os tempos.
Até o fato dos livros serem usados, o que incomoda algumas pessoas, é fascinante para mim. Pode-se descobrir muito do espírito humano nos sinais deixados pelos antigos proprietários. Certa vez, um amigo comprou um livro de teoria da História. Comprou e não o folheou, uma atitude não muito aconselhável. Depois, já na faculdade, se espantou com o que encontrou: entre um conceito histórico e outro estava o que eu logo apelidei o “diário de uma suícida” Não lembro exatamente o conteúdo, mas sei que não era dos textos mais animados ou edificantes. Curiosamente, a autora usou os espaços vazios para descrever suas mazelas, respeitando o território do texto original.
Outra coisa muito divertida são os livros com dedicatórias, sejam dos próprios autores ou de ilustres desconhecidos. No primeiro caso, eu achei um exemplo curioso numa das minhas últimas incursões aos sebos. Na dedicatória, o autor escreveu para um amigo que eu não lembro o nome: “Fulano, obrigado por confiar em mim no início da minha carreira. Um abraço, Milton”. Pensei com os meus botões: “Talvez, ele não tenha confiado tanto assim…”. Já imaginaram a reação do escritor ao encontrar esse livro com sua dedicatória? Não deve ser muito agradável. Eu também já vi Playboys com autográfo na capa. Infelizmente, não era nenhuma famosa, mas uma dessas modelos obscuras que, vez ou outra, posam (ou seria pousam?) na revista. Se ainda fosse a Luma de Oliveira…
O bom dos sebos é que cada um tem a sua identidade própria. Alguns são mais careiros; outros são mais focados em promoções, tem aqueles dedicados a livros jurídicos (esses não me interessam), sebos grandes ou tão pequenos que você disputa lugar com os próprios livros. E atenção: não menospreze os sebos de bairro. É possível achar verdadeiras preciosidades com preços inacreditáveis. Os melhores negócios que fiz foram nesses lugares, minúsculos se comparados com os do centro de São Paulo. Um exemplo: certa vez, fuçando num sebo perto de casa, eu encontrei o clássico “A sangue frio”, do Truman Capote, por… 1 real! Quando comentei isso com um amigo, ele brincou: “Nesses sebos, você pode achar ‘A república’, do Platão, com dedicatória do autor e tudo, por uma merreca”
Por essas e por outras, não é muito recomendável ir em sebos com muita pressa; é necessário ter tempo para escarafunchar (que palavra, que palavra!) as estantes com calma e, principalmente, é preciso ter disposição para negociar, outra das grandes vantagens dos sebos. A maioria dos lugares que vou aceitam fazer um descontinho, alguns são mais generosos, outros tem um percentual fixo que é, de modo geral, 10% do valor final. Mas não deixe nunca de pechinchar. Se você for vender os livros, não vá em um único lugar. Ofereça em vários sebos. Um caso pessoal: certa vez, eu tinha acumulado alguns livros para vender. Fui, então, no centro da cidade. O primeiro sebo não se interessou por nenhum. O segundo também. O terceiro já me animou um pouco e ofereceu R$ 8, 00. Como tinha um quarto sebo perto, resolvi testar a minha sorte e me dei muito bem. Esse livreiro me ofereceu R$ 12, 00.
O leitor deve estar pensando que eu me contentei com uma ninharia, certo? Eu diria: sim e não. Sim, porque, obviamente, o oferecido foi uma merreca mesmo. Mas não é tão simples assim. Primeiro, porque os livros não eram grande coisa, aliás foi por isso mesmo que eu quis me livrar deles. Segundo, porque faz parte da estratégia dos sebos comprarem pelo mínimo possível e venderem pelo máximo que puderem. Você só conseguirá um bom valor se tiver algo muito raro, ou alguma obra muito atual ou que seja facilmente vendável. Caso contrário, não vai adiantar chorar muito, pois nesse ponto eles são bastante inflexíveis. Conselho-amigo: só troque os seus livros por dinheiro quando isso realmente valer a pena. Se o oferecido for pouco, prefira crédito na troca por outros livros e peça um pouco mais. De modo geral, eles aceitam. Mesmo com pouco crédito, é possível fazer um estrago considerável.
Um último caso pessoal para ilustrar. Na minha última ida aos sebos, eu tinha novamente acumulado alguns livros para vender. Como no episódio relatado acima, os primeiros foram pouco generosos nas suas ofertas e, mais uma vez, fui persistente. No último sebo da minha peregrinação, o dono oberva, rapidamente, e com pouco interesse, o que eu tinha para oferecer – afortunadamente, ele não reparou que um deles estava num estado periclitante.Sebo também é sorte. Ele, então, faz uma pergunta:
- Quanto você quer por eles?
Fiquei meio surpreso com a pergunta tanto que respondi com outra:
- Quanto você me oferece?
Ele olha novamente para os meus livros e dá o seu veredito:
- R$ 10, 00
Não gostei muito da oferta e pedi para pensar um pouco. Outro cliente também estava oferecendo os seus livros e também não estava satisfeito. O livreiro, então, diz:
- Se você trocar por dinheiro é R$ 10, 00, por crédito posso deixar por R$ 12, 00.
Não deixei passar batido:
- No meu caso também?
O homem concordou e eu fechei negócio. Com esse valor em mente, passo a vasculhar as estantes. Vou direto para a de jornalismo. Naquele dia, essa parte estava relativamente fraca; os livros ou eram caros demais ou desinteressantes demais. Mas a sorte sorriu e eu acabei pegando um, com uma coletânea de entrevistas, por R$ 8, 00. Juntei com outro, de charges, coisa que adoro, por R$ 3,00.
(Aqui, um parêntesis com uma dica. Existiam vários livros iguais de charge. O preço variava dependendo do estado da edição. Isso é algo bem comum em sebos: o mesmo livro ter preços diferentes, dependendo do estado do mesmo. Ás vezes, alguns riscos na página de rosto já tiram alguns reais do preço. É sempre recomendável comparar e inspecionar os livros antes de comprá-los. Se não estiver tão danificado, vale a pena economizar um pouco. Até porque, venhamos e convenhamos, quem quer livro novo que vá pra uma livraria!)
Voltemos para minha última ida aos sebos. Ainda me restava R$ 1,00. Como não estava disposto a deixar esse dinheiro com o livreiro, fui dar uma olhada na parte de livros promocionais. Não tinha nada que valesse a pena. Já estava disposto a pegar um gibi quando, perto dali, estava a estante dos livros de Agatha Christie, autora de romances policiais que gosto muito. O mais barato custava R$ 3,00, mas resolvi arriscar. Por mais sovina que fosse, gastaria apenas R$ 2,00. Fui até o caixa e perguntei se tinha algum problema que um dos livros tivesse ultrapassado o valor dos créditos. O senhor que me atendeu respondeu com certa ranzinzice:
-Problema tem, mas fazer o quê?
Ah, os sebos, os sebos…

EM BREVE: Guia de Sebos de Campinas.

Pessoal, em breve estarei postando o Maravilhoso Guia de sebos de Campinas e Região.
Não é somente uma simples lista com nome e telefone do sebo, mas sim um Guia totalmente ilustrado.
Estarei visitando cada sebo da nossa região, postarei fotos e entrevista com o proprietário,fazendo comparações de preços,dando dicas de livros...
Não percam,em BREVE.....

''O MARAVILHOSO GUIA DE SEBOS DE CAMPINAS'' 


Projeto Avenida Literária: ''Leve,leia e devolva''

Projeto incentiva a leitura e integra bairro

Por Marcela Pastor
Estante da Padaria Abelha Gulosa, no Flamboyant

Uma ideia, um projeto, uma iniciativa. Walter Pedro Orlando, que trabalha no ramo de transportes há 30 anos, é o organizador da “Avenida Literária”, um projeto que tem como objetivo promover a leitura da população através da disponibilização de livros em estantes que montou em duas padarias, em um varejão e em um mercado do Jardim Flamboyant, na cidade de Campinas.

A iniciativa foi tomada logo depois de ver um projeto semelhante em Brasília, e então Walter, 53 anos, morador de Campinas há 41, iniciou sua empreitada no dia 11 de abril deste ano, a qual batizou de “Avenida Literária”. A ideia é de que as pessoas peguem seus livros para ler, sem data para devolução e sem controle algum, apenas baseado na confiança de que elas irão devolvê-los. Os títulos contém apenas um carimbo que diz: “leve, leia e devolva”. Walter acredita que as pessoas precisam ser motivadas a ler. “Elas precisam ter alguém que facilite o acesso à leitura, para que elas não precisem ir atrás. A literatura tem que estar ao alcance da população”, enfatiza.

O projeto começou com apenas 70 títulos e hoje Walter já possui cerca de 9,500 livros em sua estante, todos conseguidos por meio de doação. Desses quase 10000, mais de 6500 estão nas ruas sendo lidos pela população. “As pessoas ficam sensibilizadas com o projeto. É ótimo porque os livros estão nas mãos delas, sem controle nenhum e com fácil acesso. "Tá" ali na rua”. O projeto recebe todos os gêneros de títulos: contos, romances, clássicos, literatura infantil e juvenil. Mas Walter tem maior dificuldade em receber e manter livros infantis, já que as pessoas costumam não devolvê-los. Já os livros que não seguem a linha do projeto são direcionados à uma biblioteca do Taquaral, e então, eles fornecem outros livros em troca.

Outra dificuldade do projeto é a recuperação de livros, já que alguns não se encontram em bom estado de conservação e precisam ser recuperados. Mas para que isso ocorra, Walter precisa do apoio de uma instituição para conseguir recursos.

Um dos objetivos futuros de Walter é conseguir aumentar ainda mais o projeto, levando-o para outras regiões do bairro. Além disso, ele espera conseguir montar uma biblioteca fixa, com todos os gêneros de livros.

Walter acredita que os livros deveriam ser gratuitos, por isso não estabelece controle nenhum sobre os seus títulos, para que as pessoas tenham livre acesso a eles. Mas quer que elas entendam que precisam devolvê-los, para que outros possam ler.

Para quem quiser conferir o projeto ou ainda doar livros, as estantes se encontram na Padaria Abelha Gulosa, na Padaria Flamboyant, no Varejão do Sítio e no Mercadinho do André. Todas no Jardim Flamboyant. Para mais informações, o contato de Walter é watex@uol.com.br




OLÁ PESSOAL, SEJAM BEM VINDOS!!





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